O que é a certificação Vacas A2A2?
Trata-se de um programa criado para assegurar que as fazendas e indústrias certificadas estão aptas a produzir e comercializar lácteos proveniente de vacas com genótipo A2A2. A certificação assegura que os lácteos certificados contêm apenas caseína A2 em sua composição.
Este programa, desenhado pela Integral Certificações e pela GENESIS GROUP, foi baseado em pesquisas desenvolvidas por Universidades e Instituições brasileiras e internacionais. As auditorias são feitas pela GENESIS GROUP, que foi a primeira certificadora credenciada pelo MAPA para atuar no Sisbov. É um Organismo de Certificação de Produtos, acreditado pelo Inmetro, conforme requisitos da ISO/IEC 17065, para realizar certificação de produtos, processos e Unidades Armazenadoras.
O programa de certificação Vacas A2A2 é o primeiro e único protocolo de rastreabilidade da pecuária leiteira da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o que garante ainda mais robustez, transparência e confiabilidade ao mercado de leite proveniente de Vacas A2A2 no Brasil.
O Programa utiliza a Certificação de Terceira Parte, que tem como objetivo verificar se um determinado sistema de gerenciamento ou procedimento foi estabelecido, está documentado, implementado e mantido de acordo com normas e escopos específicos. A Certificação de Terceira Parte serve para fins de garantia para propósitos legais, regulamentares e similares. A Integral Certificações é gestor técnico e proprietário do selo. A APROVAÇÃO é concedida pela certificadora (terceira parte), que tem completa AUTONOMIA para aprovar, ou não, a fazenda ou indústria.
Quais são os primeiros passos para certificar um rebanho ou indústria láctea?
No caso das fazendas, o primeiro passo é a genotipagem dos animais, para que se possa saber quais e quantos possuem o genótipo A2A2. No Brasil, existem vários laboratórios que oferecem esse teste, com valores que variam entre R$30,00 e R$70,00 por animal. É muito importante que o laboratório seja de confiança e utilize uma técnica de genotipagem para pesquisa de beta caseína que seja acreditada pelo Inmetro para garantir o resultado e a repetibilidade do mesmo. Com esse resultado em mãos, é possível calcular a quantidade de leite A2 que a propriedade produz.
O segundo passo é entrar em contato com a equipe da Integral Certificações para a avaliação do sistema de produção. Ou seja, não é necessário que o rebanho possua apenas animais A2A2 para que possa ser certificado. O essencial é que seja possível fazer a segregação desses animais para que não haja mistura de leite.
No caso das indústrias, o primeiro passo é contatar a equipe da Integral Certificações para entender a dimensão do projeto que se pretende implantar para industrializar o leite proveniente de Vacas A2A2. Como nas fazendas, não é necessário que a planta industrialize apenas leite A2. O essencial é que seja possível processar separadamente (em locais ou momentos diferentes) o leite A2.
Todo o processo de certificação foi desenhado para garantir e assegurar a não mistura de leite e manter o histórico de rastreabilidade para possíveis verificações e fiscalizações.
Por que devo certificar o rebanho e os processos de obtenção do leite?
A certificação é a única forma legal de comercializar o leite e derivados provenientes de Vacas A2A2 no Brasil, de acordo com o Ofício No 679/2019/DAS/MAPA, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Além disso, a certificação traz a segurança técnica e jurídica necessária para as fazendas e indústrias, uma vez que estabelece todos os processos e controles necessários para assegurar que não haja mistura do leite proveniente de Vacas A2A2 com aquele vindo de animais que produzem caseína A1.
Além disso, para poder veicular qualquer informação de funcionalidade no rótulo (Resolução da Anvisa 3.980 de 20/10/2021) dos produtos é necessária a comprovação das informações sobre a origem, sistema de produção ou característica de produção da cadeia primária a que se refere o art. 446-A do RIISPOA (Decreto n° 9.013, 2020 RIISPOA, arquivo de perguntas e respostas, versão 02 de 19 de agosto de 2020, apresenta esclarecimentos sobre possíveis dúvidas decorrentes das alterações promovidas pelo Decreto 10.468, de 18 de agosto de 2020.)
Por que o selo vacas A2A2 é importante? O que significa?
O selo Vacas A2A2 nas embalagens de leite e derivados indica que o produto é proveniente apenas de vacas com genótipo A2A2 para a produção de beta-caseína. Por isso, contém apenas caseína A2 em sua composição, o que o torna, naturalmente, mais fácil de digerir, o que agrega valor ao produto. Vale salientar que o leite proveniente de Vacas A2A2 destina-se a pessoas que não têm intolerância à lactose, mas que de alguma maneira se sentem mal após o consumo de leite e derivados. Este produto NÃO se destina a crianças com alergia à proteína do leite de vaca (APLV).
Posso comercializar o leite A2 sem a certificação e sem o selo vacas A2A2?
Não. Segundo Ofício No 679/2019/DAS/MAPA, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é necessário que a fazenda ou indústria que deseja comercializar leite proveniente de Vacas A2A2 seja certificada, assegurando, dessa forma a origem da obtenção do leite proveniente apenas de vacas com o genótipo A2A2 e, por conseguinte que não exista a mistura de leite convencional (com caseína A1). A certificação foi um passo importante na viabilização da comercialização do leite A2 no Brasil. Para ser possível a menção na rotulagem de qualquer produto lácteo fabricado com leite A2 torna-se necessário comprovar a informação através de documentos e garantias de rastreabilidade e origem. Documentos que precisam ter valor jurídico e serem auditáveis.
Quais foram as condições de aprovação da ANVISA?
Principais pontos de atendimento:
- Nome do ingrediente na rotulagem: leite produzido a partir de vacas com genótipo A2A2.
- Fabricante: Poderão fabricar o leite e os derivados produzidos a partir de vacas com genótipo A2A2, os fabricantes que atendam aos requisitos de fabricação e qualidade estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA.
- Finalidade de uso: Leite integral, leite desnatado, leite semidesnatado, creme de leite, iogurtes naturais ou saborizados, coalhadas, leites fermentados, manteigas, queijos frescos ou curados, leite em pó desnatado ou integral, e outros produtos que o leite seja o único ou o principal ingrediente.
- Alegação Funcional que foi aprovada: “O leite produzido a partir de vacas com genótipo A2A2 não promove a formação de BCM7 (betacasomorfina-7), que pode causar desconforto digestivo. ”
- Recomendações, advertências ou restrições: O leite produzido a partir de vacas genotipadas A2A2, contendo apenas beta caseína A2, não é apropriado para pessoas que possuam alergia à proteína do leite de vaca (APLV), como também aos portadores de intolerância à lactose.